A N. é católica e portuguesa. O J. é protestante e alemão, de Bremen. Vivem em Berlim. Vão casar este Verão em Portugal. No dia-a-dia entendem-se na língua de Goethe. Ele não se importa nada com a ideia (dela) de casar catolicamente à portuguesa. Mas o padre que oficiará a cerimónia exigiu que ele aprendesse a dizer, em português, as palavras sacramentais. Estou certo de que o J., digno representante da bem conhecida eficácia teutónica, acabará por consegui-lo... mas, de momento, a coisa está preta! Da última vez que ensaiou o discurso, saiu-lhe isto, com o proverbial sotaque germânico: "Prometo amar-te e espetar-te (em vez de respeitar-te), na algéria (em vez de na alegria) e na tristeza, na saúde e na doença, etc." O padre diz que, para haver casamento, para que este tenha legitimidade religiosa, o noivo tem de compreender o que diz e ao que se compromete. O caso é sério! Alguém tem, pois, maneira de explicar ao J., para além de qualquer dúvida, a diferença semântica entre as formas verbais espetar-te e respeitar-te da nossa tão bela e atrevida língua? As relações luso-alemãs agradecem. Danke. Obrigado.
8.6.06
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1 comentário:
Bela história. Uma autêntica "respeitada" mista!
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