Nisto do futebol, como em quase tudo na vida, não se pode agradar a gregos e a troianos. Comentando os comentadores televisivos dos jogos de futebol, um dia destes, na Sala de Professores, no intervalo das reuniões de avaliação do final do ano lectivo, os colegas de Educação Física presentes criticaram severamente o estilo do José Marinho. Porquê? Porque se farta de usar, no seu discurso, imagens e metáforas que não têm nenhuma relação com o jogo em si. Uma linguagem amadora, poética (que pecado!), entusiasmada, subjectiva, nada técnica. Entendo, mas estou em completo desacordo. Eu vibro com o futebol por causa da sua extraordinária dose de imprevisibilidade, beleza e genialidade, tanto individual como colectiva. Não por causa dos aspectos técnicos ou dos esquemas tácticos, ou do estafado 4-4-2, ou do incongruente 3-1-5-1, ou o diabo a sete. Por isso me divirto tanto com aquilo que irrita os meus colegas de Educação Física, grandes admiradores de José Mourinho: os comentários excêntricos do José Marinho (de resto, parece-me que o estilo cerebral, rigoroso e matemático de Mourinho não prescinde das noções de imprevisibilidade e de imponderabilidade e equilibra, nessa medida, uma dimensão psicológica com a dimensão técnica em sentido estrito). Que pensarão os meus colegas de Educação Física dos comentários do Inglaterra - Suécia de hoje à noite? Um jogo repartido (uma parte dominada por cada uma das equipas) e, logicamente, empatado no final: 2 - 2. Eis a síntese sugestiva, em jeito de remate final, do supra-referido Marinho: "Uma primeira parte para inglês ver; e uma segunda parte que foi uma grande suecada!" A muitas milhas, portanto, da grande seca(da) dos experts que não se calam durante o jogo, e cujas invenções mais notáveis são a "pressão alta" e o "vértice do triângulo". Quanto a mim, chega de lições de física e de geometria. Não é pela poesia (épica!) que sabemos dos gregos e dos troianos? É claro que sim! Então venham de lá essas estrofes, José!
20.6.06
Jogo Falado (de José Marinho a José Mourinho, e vice-versa)
Nisto do futebol, como em quase tudo na vida, não se pode agradar a gregos e a troianos. Comentando os comentadores televisivos dos jogos de futebol, um dia destes, na Sala de Professores, no intervalo das reuniões de avaliação do final do ano lectivo, os colegas de Educação Física presentes criticaram severamente o estilo do José Marinho. Porquê? Porque se farta de usar, no seu discurso, imagens e metáforas que não têm nenhuma relação com o jogo em si. Uma linguagem amadora, poética (que pecado!), entusiasmada, subjectiva, nada técnica. Entendo, mas estou em completo desacordo. Eu vibro com o futebol por causa da sua extraordinária dose de imprevisibilidade, beleza e genialidade, tanto individual como colectiva. Não por causa dos aspectos técnicos ou dos esquemas tácticos, ou do estafado 4-4-2, ou do incongruente 3-1-5-1, ou o diabo a sete. Por isso me divirto tanto com aquilo que irrita os meus colegas de Educação Física, grandes admiradores de José Mourinho: os comentários excêntricos do José Marinho (de resto, parece-me que o estilo cerebral, rigoroso e matemático de Mourinho não prescinde das noções de imprevisibilidade e de imponderabilidade e equilibra, nessa medida, uma dimensão psicológica com a dimensão técnica em sentido estrito). Que pensarão os meus colegas de Educação Física dos comentários do Inglaterra - Suécia de hoje à noite? Um jogo repartido (uma parte dominada por cada uma das equipas) e, logicamente, empatado no final: 2 - 2. Eis a síntese sugestiva, em jeito de remate final, do supra-referido Marinho: "Uma primeira parte para inglês ver; e uma segunda parte que foi uma grande suecada!" A muitas milhas, portanto, da grande seca(da) dos experts que não se calam durante o jogo, e cujas invenções mais notáveis são a "pressão alta" e o "vértice do triângulo". Quanto a mim, chega de lições de física e de geometria. Não é pela poesia (épica!) que sabemos dos gregos e dos troianos? É claro que sim! Então venham de lá essas estrofes, José!
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2 comentários:
Tas a falar do gajinho da Sportv? Uma seca de comentador digo eu! Chato o homem ... tirei o som no Brasil x Africa do Sul ...
Sim claro ... Brasil x Austrália ...
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