Na manhã ofuscada, um falcão sobrevoou tudo isto. Agora que a tarde se vai demorando, os sons de fundo são os tiros das caçadeiras. Predadores e presas uns dos outros, e de si mesmos. A luz corta a direito, por entre os ramos altos dos pinheiros. Como se chamam as outras árvores? E os pássaros escondidos nelas? Os insectos que zumbem? Tento pôr a leitura dos jornais em dia, mas o vento não deixa. Levanta as folhas, dobra-as, empurra-as largamente das minhas mãos. Obriga-me a levantar os olhos das letras e a olhar, com toda a atenção, o livro cheio de vocábulos verdes, azuis e cinzentos que se abre aqui, agora, à minha frente. Saberei, de facto, ler?
19.6.06
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1 comentário:
É um livro complexo, de facto. Eu gostava de dominar mais o alfabeto das árvores.
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