Freudiana (primeira parte)
Numa certa fase da sua vida (digamos, antes dos 40), Freud tinha um medo neurótico de viajar. Desejando muito conhecer Roma, esteve uma vez, vindo de Viena, a 80 Km. da capital italiana. Nesse momento, incapaz de olhar de frente o horror psíquico que o dominava, resolveu terminar ali a sua viagem e regressar a casa. Só anos mais tarde, depois de um processo intenso de auto-análise, conseguiu viajar até Roma e conhecer essa cidade dos seus sonhos. Mas é duvidoso que o horror de viajar tenha desparecido nele. O horror não desaparece, apenas se esconde num ponto mais fundo, mais íntimo. À espera de uma brecha, uma é suficiente, por onde possa irromper.
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