10.4.06
Os 10 álbuns da (nossa) vida: 7 / 10
O critério de escolha é o mais simples: os discos que marcaram mais a fundo a minha descoberta da música, de mim próprio e das coisas à minha volta. Não são os melhores discos de música, são os discos da minha vida, aqueles que lhe têm servido de banda sonora. Não por acaso, a escolha incidiu, da minha parte, quase só em discos que ouvi na adolescência, fase de formação na qual tudo nos aparece repentinamente e é vivido de forma intensa e irrepetível. É por isso que, tendo escutado depois música tão boa como aquela desse tempo (os 70 e os 80), é a essa que regresso para a afirmar como a música da minha vida. Discos ouvidos até à exaustão em casas de amigos mais abonados e sortudos do que eu, discos gravados em cassetes que eu ouvia no quarto, sozinho, às escuras muitas vezes, num pequeno gravador roufenho mas precioso por ser o único lá em casa. The Wall foi um desses discos, e um dos mais importantes (o outro foi o dos Dexy's, o primeiro desta lista). Comecei, como todos os putos com 12 anos na altura, por Another Brick In The Wall, cantado mais ou menos em Inglês nos corredores da Paulo da Gama. Depois, um pouco mais tarde, um dos tais amigos arranjou miraculosamente o (duplo) álbum. Foram, então, muitas as tardes a ouvir Mother, Don't Leave Me Now, Hei you e todas as outras faixas que permitiram dar forma a um vago anseio de revolta (sobretudo, contra a escola) que, como "chavalos" que éramos, sentíamos de forma difusa, facto a que não era alheio o clima pós-revolucionário da época. Se Dark Side of The Moon pode ser considerado a masterpiece dos Pink Floyd, The Wall é o seu disco da minha vida. "Is there anybody out there?..."
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