13.4.06

NOJO!

Não é novidade nenhuma mas a classe (?) política portuguesa é uma vergonha!
Metem-me nojo!
Não voltarei a votar em nenhum partido.
A próxima vez que votar será em branco!
Junto coloco o texto do jornalista da SIC Paulo Camacho no lançamento do jornal da noite:

"Jornal da Noite
Paulo Camacho

E querem respeito?

Recordemos a história: ontem à tarde, quando se ia proceder à votação de um qualquer diploma na Assembleia da República, a mesa deu conta de que não havia quórum: dos 230 eleitos, só 110 estavam na sala - menos cinco do que os 50 por cento de deputados necessários para fazer aprovar qualquer lei.

O Estatuto dos Deputados considera "motivo justificado" para as faltas "a doença, o casamento, a maternidade e a paternidade, o luto, missão ou trabalho parlamentar e o trabalho político ou do partido a que o deputado pertence". Mas apenas 13 parlamentares tinham dado conta de situações deste tipo.

É óbvio que a esmagadora maioria dos faltosos não estava no Parlamento porque tinha decidido antecipar em pelo menos 24 horas a tolerância de ponto dada aos funcionários públicos. Mas a situação é ainda mais grave: muitos dos faltosos tinham assinado - ou alguém tinha assinado por eles - o livro de ponto electrónico. No caso da bancada socialista, por exemplo, 114 deputados tinham assinado a sua presença no período depois de almoço, mas só 66 estavam efectivamente no hemiciclo ao fim da tarde.

O Estatuto dos Deputados impõe um desconto de "1 vigésimo ou 1 décimo do vencimento por cada falta injustificada" e a perda do mandato para quem ultrapassar o limite de faltas não justificadas por sessão legislativa - quatro, segundo o regimento da Assembleia da República.

O presidente do Parlamento garante que as penalidades serão aplicadas a quem não conseguir justificar a falta. Mas este caso vai muito para além de saber quantos deputados vão receber menos uns trocos ao fim do mês. O que aconteceu ontem vem expor, uma vez mais, a falta de seriedade com que muitos daqueles que elegemos (sem sabermos quem são) encaram a actividade parlamentar.

Infelizmente, já não é novidade - e por isso choca cada vez menos portugueses. Mas deveria servir para reforçar os argumentos daqueles que defendem a criação de círculos uninominais. Só assim deixaremos de eleger números que se escondem no meio de listas de candidatos, e passaremos a escolher nomes e caras que, de quatro em quatro anos, têm de prestar contas a quem neles vota.

Paulo Camacho"