8.4.06

Dos benefícios do tabaco 4 (ou dos malefícios da literatura)

Da Cidade Nervosa é o livro de crónicas de Enrique Vila-Matas que ando, com muito gosto, a ler.
A primeira das suas frases é: "Fui a Chicago para deixar de fumar". A partir daqui é sempre a abrir, ou, se preferirem, sempre a queimar. Cigarros atrás de cigarros. Literatura maldita? Apenas duas citações, para aquecer o ambiente:

"No mesmo dia em que chegámos, fomos jantar ao Miller's Bar - um tugúrio mítico por ter contado com Humphrey Bogart e Franck Sinatra entre a sua mais entusiástica clientela -, onde alguém se torna espantosamente rídiculo se não fuma."(p. 10)

"E assim, quando acendemos um cigarro ao encontrarmo-nos com um amigo, estamos a acender o fogo sagrado da amizade ou tentando reavivar o ancestral fogo das fogueiras em torno das quais sempre se sentaram os homens para contar as suas histórias."(p. 122)

(Enrique Vila-Matas, Da Cidade Nervosa, Campo das Letras, tradução de António Rebordão Navarro, Porto, 2006)

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