Ele ia escrever.
“Às vezes, acho que já enlouqueci.”
Depois, armou-se de certezas. Estava pendurado na varanda, a olhar a rua, e pensava como seria fácil, o eclipse. Consta que sentiu uma vertigem e recolheu-se, o cobarde! Acendeu mais um cigarro (sim, tinha recomeçado a fumar) e fumou-o à janela, para evitar encher a sala de tabaco frio. Repara só no detalhe patético! Ffffffffff…
Escreveu.
“Basta-me um sopro na vela do meu peito e sigo o vento”.
Tinha encontrado uma bifurcação nestas palavras que lhe permitiu adormecer nessa noite (evitava os químicos, drogava-se com letras ou coisa do género). Afinal, havia a possibilidade de um pano no lugar do pavio.
Escreveu.
“Pano e Pavio”
mas depois, algum tempo depois, trocou “pano” por “fio”. Malabarista! Que interesse têm estas merdas? Fffffffff…!
Uns dias depois, voltou a escrever.
“Às vezes, acho que já enlouqueci.”
Inquietou-se.
“E se eu for um psicopata?”
Responderam-lhe, das gavetas do congelador.
“Que disparate!”
Rasgou um sorriso misterioso, um pouco ausente
e desapareceu.
4 comentários:
Sã loucura!
Todo o interesse. E afasta-te das varandas, desce as escadas e aparece por aí...
Errata: por aqui.
:-) Até breve.
Enviar um comentário