21.4.07

Memórias futuras e repassadas

(Fotografia de Rosa Reis, do conjunto Lisnave - Contributos para a história da indústria naval em Portugal).

1.
Fomos ver uma exposição de fotografia de Rosa Reis: Trabalho - Retratos e Memórias Futuras. São fotografias, a cores e a preto e branco, sobre o trabalho, numa linha temática e estética que faz lembrar, naturalmente, um fotógrafo como Sebastião Salgado. Imagens de trabalhadores da indústria pesada (estaleiros, siderurgia, um mundo agora praticamente desparecido), da construção civil ou naval, mas também do campo da arte e da medicina, modo de sublinhar o valor social e político de todas as actividades produtivas humanas. É pena, só, o reduzido número de trabalhos, pouco mais de duas dezenas.

2.
A visita à exposição vale, também, pelo espaço que a alberga: os refeitórios da Mundet, fábrica na qual a minha mãe foi operária corticeira durante alguns anos e onde foi instalada uma extensão do Ecomuseu Municipal. Circulando por ele, não pude deixar de pensar que é um óptimo espaço para (outras) exposições (de desenho, por exemplo). Ou para o lançamento de livros de poesia ou prosa speedada. Ou, ainda, para a apresentação de leituras mais ou menos extravagantes. Tudo isto organizado, claro, por um colectivo que se poderia chamar, sei lá, deixa cá ver... Poros! Sim, eu sei, a tarde está quente; mas não, não estou a delirar!

9 comentários:

Cristina Gomes da Silva disse...

Delírios sãos, esses que ajudam a construir pontes. O teu post trouxe-me à memória parte do meu trajecto pessoal: aluna na escola das Cavaquinhas nos anos 70/80, conhecia bem essa vila que, então, achava triste. Anos mais tarde redescobri-a, mais limpa, mais luminosa, ou então era o meu olhar que também tinha mudado com ela.

PB disse...

Também andei nessa escola das Cavaquinhas ... nos anos 70 e 80 ... o mundo de facto é muito pequeno ... na volta ainda somos todos irmãos ... ;.)

PB disse...

L. os POROS estão sempre vivos ...

Lp disse...

Escola das Cavaquinhas!? Quem diria!

Os "poros estão sempre vivos"!? Quem diria!

Cristina Gomes da Silva disse...

Irmãos não sei, os meus pais sempre me disseram que era filha única. Talvez para me pouparem alguns desgostos. Hi!hi!hi!
Agora a sério: as linhas que a vida nos traça são muito curiosas e essa escola faz parte das memórias que nunca me abandonaram. E vocês gostaram de lá andar? Eu gostei, mesmo nos pavilhões provisórios, sim, eu andava na escola de cima. ;)
PS: quando fizerem a exposição, não se esqueçam de nós.

CCF disse...

Eu não sou vossa irmã (quase) de certeza, pois nasci bem longe daqui, mas acreditem que tenho pena.
~CC~

PB disse...

Eu andei nas duas Escolas, na de cima (7º e 8º) e na de baixo (9º, 9º, 10º e 11ª). No meu tempo na de cima não havia pavilhão de ginástica ... uma vergonha ... na de baixo tive muitas aulas nos "pré-fabricados para todo o sempre" com buracos por todo o lado ... mas adorei andar lá ... havia o teatro, o jornal ... e sim ... tb havia aulas ... ;-)

Anónimo disse...

Pois era...só ainda não havia o festival de Jazz. Bom, agora também já não há, e é pena.

PB disse...

começou uns tempos depois ...