Z. tem 36 anos, ama, é amada e é, se o pudermos dizer assim, feliz. X. tem 35 anos e está no meio de uma grande confusão sentimental e conjugal. O seu olhar não consegue esconder o desamor. Entram as duas na retrosaria e são atendidas pela empregada. X. é sempre tratada por "menina"; Z. sempre por "senhora". E eu fico confuso: será assim tão clara e visível a fronteira entre os 35 e os 36? Ou será que a tristeza, qual elixir da juventude, rejuvenesce? Ou será que a felicidade envelhece esplendidamente, tragicamente, as mulheres?
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4 comentários:
penso muitas vezes nisso: porque é que me chamam ora uma outra outra coisa (fatalmente cada vez mais uma e menos a outra). mas tenho a impressão de que não é simplesmente a felicidade ou a sua ausência. é uma roupa que vestimos sem saber.
Boa tarde, andou "varrer" a a retrosaria com um "olhar sociológico"?
...uma possibilidade de olhar sociológico...
A senhora é a legitíma propriedade do senhor seu marido (com ou sem amor)enquanto a menina é a que pratica a errância do amor (ou desamor), não tem por isso quem tome conta dela, mesmo que tenha 80 anos. Será, portanto, que é no brilho do olhar que reside a resposta?
~CC~
Daqui só consigo olhar, é-me muito difícil responder...
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