Chega ao fim esta série de posts sobre bicicletas na poesia portuguesa contemporânea. Qual é a última etapa desta breve volta a Portugal? É a que começa e acaba em Alexandre O'Neill, o "caixadóclos", o que não se levava a sério, o "lanterna vermelha", como ele se auto-retratava em metáfora velocipédica no penúltimo poema dos seus Poemas com Endereço, livro de 1962. Vem isto também a propósito da muito recente e excelente "biografia literária" do poeta, obra de Maria Antónia Oliveira, editada pala Dom Quixote, e cuja leitura estou prestes a concluir com proveito e prazer. Por meio deste livro desempoeirado ficamos a conhecer algumas das peripécias e aventuras de vida do autor de "Um Adeus Português" e, também, um do seus primeiros poemas, publicado num jornal de província, O Castelovidense, em Julho de 1944, no qual se fala, às tantas, d'"as bicicletas dos operários suburbanos"(p. 52)... Outros tempos! Voltemos, para terminar, aos referidos Poemas com Endereço, de 62. O livro fecha com um poema de quatro versos, intitulado "O Ciclista", maneira bem adequada, parece-me, de pôr um ponto final nestas esforçadas andanças ciclo-poéticas. Aí vai ele,
"O Ciclista
O homem que pedala, que ped'alma
com o passado a tiracolo,
ao ar vivaz abre as narinas:
tem o por vir na pedaleira."
Pois que por venha, pois então!
"O Ciclista
O homem que pedala, que ped'alma
com o passado a tiracolo,
ao ar vivaz abre as narinas:
tem o por vir na pedaleira."
Pois que por venha, pois então!
5 comentários:
Gostei muito deste, gosto bastante do O'Neill. Podes publicar mais separatas e outras rodas pedaleiras. Os leitores, na berma do blogue, agradecem e aplaudem.
Depois de mais umas bicicletas destas eu de facto fico sem jeito para colocar aqui o quer que seja ... isto devia ser publicado em revista ou algum jornal a sério. ABRAÇOS.
Olha lá, ó PB, e se deixasses de tretas e mostrasses umas bonecadas de quando em quando... fixe, não?
Depois de mais umas bicicletas destas eu de facto fico sem jeito para colocar aqui o quer que seja ... isto devia ser publicado em revista ou algum jornal a sério. ABRAÇOS.
ABRAÇOS.
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