Deitado a ler no sofá da sala, a minha atenção desvia-se das palavras por causa do zumbido que vem do tecto. Procuro vislumbrar a fonte do som. E noto, depois de um olhar, que no interior do globo do candeeiro com três lâmpadas de 60 voltes cada, onde jazem os restos mortais de algumas dezenas de pequenos insectos, uma nova vítima, de dimensões um pouco maiores, bate as asas, roda num intenso frenesim, em volta de si própria e das lâmpadas, até que se encolhe, dobra e morre. As luzes aquecerão e secarão o corpo do insecto morto até que este se transformará em pó. Mas também pode acontecer que eu, por motivo de alguma lâmpada fundida, retire entretanto o globo do candeeiro para o limpar e passe um pano húmido na sua parte côncava... As luzes tornar-se-ão, neste caso, mais intensas, mais fortes, mais atraentes para os insectos nocturnos que as virão procurar. Para nelas, encadeados, morrerem.
31.8.06
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1 comentário:
bonito texto ... não estou a gozar ...
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