28.9.06

Comunidade de Leitores 3

"Quando uma manhã Gregor Samsa acordou de sonhos inquietos, viu-se na sua cama transformado num monstruoso insecto. Estava deitado de costas, rijas como uma couraça, e, cada vez que levantava um pouco a cabeça, via a barriga castanha, abaulada e dividida por escoras em forma de anéis, no cimo do qual a coberta, prestes a resvalar por completo, mal se aguentava. As suas muitas patas, lastimavelmente delgadas em comparação com o resto do corpo, tremulavam, desamparadas, diante dos olhos."

Franz Kafka, A Transformação (A metamorfose), tradução de Álvaro Gonçalves, Assírio e Alvim, Lisboa, 2004, p. 111.

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