27.7.06

De Férias Numa Cidade (Des)Conhecida

(Auguste Renoir, Mulher com Rosa, c. 1875; óleo sobre tela)

(Manhã: uma exposição)
Grandes Mestres da Pintura: De Fra Angelico a Bonnard, no Museu Nacional de Arte Antiga. Uma parte da Colecção do Doutor Rau, de que se falou já aqui há uns meses. O retrato de uma jovem, de Bernardo Luini (c. de 1525) recebe-nos com as suas beleza e simplicidade irrecusáveis, preparando-nos para uma breve, mas intensa viagem, pela pintura europeia dos últimos cinco séculos. Por exemplo, um David a golpear um Golias deitado por terra. Alguns interiores flamengos. Um Fragonard retratista de grandes e vigorosas pinceladas (em contraste com a singeleza encantadora mas insípida, das escolas inglesa e francesa). Vários Monets, dois deles fabulosos, praticamente pintura abstracta (As pirâmides de... e As casas debaixo da neve na Noruega). A mulher com rosa, de Renoir, acima reproduzido. E muitos outros. A não perder, sob pretexto algum (pena é o preço nada meigo do catálogo! 32 euros!). Até 17 de Setembro. Ponham-se já a caminho das Janelas Verdes, está bem?
(Tarde: uma livraria e um filme)
A livraria, para fugir ao modelo Fnac, pode ser a da Almedina, no Monumental Atrium, no Saldanha. Aí pode-se comprar, por exemplo, o último de Rubem Fonseca, Mandrake - A Bíblia e a Bengala, Campo das Letras. Eis um pequeno excerto, para aquecer: "Eu tinha de salvar a minha relação com Angélica. Ela era uma boa mulher. Que horror, definir a mulher que você ama dessa maneira, uma mulher de bom coração. As pessoas de bom coração são as que mais merecem ser amadas, mas ninguém é amado só por isso. O que fazer? Viajar com ela. (...)". Ou um livro de poesia, que pode ser As Vinhas de Meu Pai, de Ana Paula Inácio, edição da Quasi, de 2000, por 2 euros, que abre com uma bela epígrafe de Raul de Carvalho: "Dei-te o meu coração / Que é bem maior que um livro". Depois um filme, talvez A Lula e a Baleia, ou outro, que as hipóteses são várias. Ao contrário da C., eu gostei muito deste, por ser duro e realista. Mas, também, por mostrar personagens ternas, frágeis e desamparadas...
(Noite: um jogo de futebol na TV)
Não, sobre isto não tenho nada a declarar! A não ser que, de facto, não há dias perfeitos!

1 comentário:

j disse...

Bom programa! Já vi a colecção Rau mas gostava de rever. E depois, ficar no jardim, a perder de vista o relógio.