26.3.07

O Pente do Vento

(Praia de Ondarreta, Donostia-San Sebastián, 2005)

As memórias, despenteadas, como o vento. O aço na pedra, sobre a água – matérias vitais, como a memória. E a ferrugem. Faz agora 30 anos. Regresso por acaso, por aqui. Gosto desta paisagem. Desta marca do homem na paisagem. Ou ao contrário. O desejo de ser vento, que não pára, sabes? E, ao mesmo tempo, o desejo de ser aço na pedra. “Sopra-me, e eu vou” – parecem dizer as ondas em que me imagino mar. “Agarra-me, que fico” – respondo, aço, sangrando.