Houve quem gostasse. C. considerou, irritada, malgré Clooney, "uma pura perda de tempo". Não serei tão radical. Mas, reconhecendo as intenções cinéfilas do realizador, não pude deixar de sentir desilusão: a homenagem ao cinema americano do tempo da guerra, ou do imediato pós-guerra, falha quando deixamos de sentir vontade de ver a homenagem e queremos rever os originais (Casablanca, O Terceiro Homem, etc.). Este é, claramente, um filme que faz lembrar outro do autor: Kafka (de 1991), também de inspiração literária, de ambiente europeu e de estética estilizada. Filmes cuidados e sérios, talvez demasiado cuidados e demasiado sérios. Falta-lhes alma e emoção: aquilo que encontramos, às golfadas, nos romances imperfeitos (inacabados) de Kafka ou nos filmes de Michael Curtiz e de Carol Reed. De Soderbergh prefiro, sem grandes hesitações, os filmes de temática americana como Sexo, Mentiras e Vídeo, Full Frontal ou Traffic. Ou, quem sabe, Bubbles, que ainda não vi.
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