Gosto do vento. Desta mão invisível que me empurra pela rua e arrasta pequenas partículas de nada, sem razão (ou talvez baralhe sementeiras – razão suficiente para gostar). A dado passo, um assobio, um roçagar, um tesão atmosférico. O encontro do mistério com a matéria, num tubo de uma antena de televisão, num toldo de uma loja fechada para almoço. Plásticos bailarinos em acrobáticas coreografias, como naquele filme dentro do filme, lembras-te? Este desejo: ser invisível, no vento. Voar, outra vez. Ser ventoso e leve. Partir.
20.3.07
Airborne
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3 comentários:
Magnífico, como sempre.
está tão khazar este dia:
"tu alimentas-te de vento despedaçado"
Que bela frase! O vento do mundo, a cruzar fronteiras, sem vistos nem passaportes.
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