Os operários do absurdo têm fatos castanhos de trabalho e botas sujas de lama. Erguem os braços, lançando as enxadas à terra molhada, arrastando-a dos montículos para a pequena vala. Os primeiros torrões sobre a madeira são como socos na boca do estômago. Algumas pessoas afastam-se, com lágrimas e rostos fechados.
Este homem permanece encostado ao tronco de uma árvore. Parece-me que pressiona o corpo contra a casca e carrega mais os sapatos no chão ensopado. Acredito que esteja a criar aqui algumas raízes, como já terá feito noutras despedidas. Sinto que, ainda assim, não vai perder as asas.
1 comentário:
abraço, J.
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