Já fui do Atlético de Madrid no tempo de Futre e do Barcelona de Figo; agora sou do Chelsea de Mourinho e dos outros portugueses que ele para lá levou. Nem para todos, porém, se inclina igualmente o meu coração: por exemplo, o Manchester United de Cristiano Ronaldo e de Carlos Queirós não me merece grande simpatia (eliminação da Liga dos Campeões à parte!), embora me delicie com as invenções, a força, a elegância e a velocidade do Cristiano Ronaldo.
Uma das razões para este afeiçoamento a certos clubes estrangeiros, por intermédio de jogadores ou (caso único e very special) de um treinador nacionais, deve ser, por certo, o facto de serem clubes habitualmente perdedores, "anti-sistema" (seja este simbolizado pelo Real Madrid, que Figo também representou mas que não suscitou nunca paixão idêntica à do Barça, ou pelo Manchester United...) e que, com eles, (re)começaram a ganhar. O Atlético de Madrid não foi campeão de Espanha, mas ganhou duas Taças na época de Futre. O Barcelona de Figo ganhou tudo, menos a Liga dos Campeões (mas ganhou uma Taça das Taças com uma exibição fulgurante do rapaz da Cova da Piedade). O Chelsea de Mourinho continua a ganhar, com grande estilo e emoção, na Inglaterra, faltando-lhe o título europeu que Mourinho mais anseia.
Dado o pouco entusiasmo que as nossas cores clubísticas têm despertado nas almas sedentas de beleza e alegria que nos habitam, resta-nos, pois, procurar conforto e aconchego nas camisolas operárias e lutadoras do Chelsea... que jogarão, ironia do futebol, com o Porto um destes dias. Vamos torcer por quem?
Sem comentários:
Enviar um comentário