Sim, talvez não me falte o pão fresco – o que não é pouco, não é pouco –, mas faltam-me as forças para dobrar a realidade entre os dedos. Queria escrever sobre as espigas e Lisboa; sobre as minhas máscaras e o homem que acredito ser; sobre as mulheres que amei e aquelas que espreito, em trânsito, pelo retrovisor, enquanto sorriem ao telemóvel ou ajeitam cabelo; sobre o mundo que (eu sei) é um espanto doloroso e belo. Sem alegria para o gesto simples, rotina de ofício, nem mesmo para o puro abandono. Edital ambulante, uma sombra.
17.5.07
Construção Embargada
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3 comentários:
São lindas e de luz as espigas, em contraste com a noite e a sombra das palavras. A tristeza dos outros, mesmo se conhecidos apenas por esta janela, chega-nos às vezes como se fosse nossa. Mas o contrário, ou seja, enviar alegria, é bem mais difícil, mas é o que me apetece ao ler.
~CC~
Há dias assim. Mas guarda as espigas e o olhar que as tornou cativas. Parece-me que é isso o mais importante. Um abraço com espigas dentro :)
Chegou tudo, obrigado. Um envelope de alegria e um abraço espigueiro :) Isto, às vezes, é uma coisa (lamecha mas) um bocado terapêutica, é o que é. Amanhã é outro dia, nem mais, nem mais.
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