15.5.07

Asco

Uma rapariga de 17 anos, um milhar de homens, muitas pedras.

Segundo alguns relatos, durante o festim tradicional, um homem tapou as pernas da rapariga com um casaco. Que falta de decoro, as pernas assim à mostra, terá pensado o guardião dos bons costumes, salivando a vingança sanguinolenta.


As imagens, gravadas no local e depois colocadas na Internet, são uma faca de dois gumes. Um inaceitável registo, com eventuais propósitos exemplares mas, ao mesmo tempo, um testemunho do horror que deve repetir-se, tantas vezes, longe das câmaras dos telemóveis e dos nossos incrédulos olhares.


Por quanto tempo nos lembraremos da sombra de Dua Khalil Aswad?

5 comentários:

Cristina Gomes da Silva disse...

Bom dia Jota, mas esta é só a parte visível dos tormentos. É preciso denunciar? Sem dúvida, mas ainda resta muito caminho por fazer, sobretudo junto dos defensores do "relativismo cultural", porque há "coisas" que são mesmo absolutas. Lá no nosso estaminé deixei uma sugestão de (re)leitura, deixo-a aqui também se a Ponte permitir: "Nove partes de desejo" de Geraldine Brooks.

j disse...

Obrigado pela sugestão. Mais um para a lista :)

Cristina Gomes da Silva disse...

Por falar em lista, sabes que tentei encontrar aquele teu poeta que falava de mel e não o encontro? Será que anotei mal as coordenadas?

j disse...

Para o caso disso ter sucedido, cá vai: Tonino Guerra, "O Mel", Assírio e Alvim, 2003. O poeta e, sobretudo, famoso argumentista vem a Lisboa no próximo mês para apresentar a curta metragem que escreveu sobre Lisboa e que é realizada por Marco Martins (Alice). Tonino trabalhou com bons rapazes do cinema como Michelangelo Antonioni, Federico Fellini e Andrei Tarkovski. Boas leituras!

Cristina Gomes da Silva disse...

Obrigada, por todas essas "iluminações".:))