Ricardo Reis, numa das suas odes estóicas, diz: "antes magnólias amo / Que a glória e a virtude." Em tempos de glória vã e virtude duvidosa, como não entender esta opção? As magnólias, puro "resplendor" para os sentidos (olhar, olfacto, tacto,... gosto?), coisa concreta nas mãos, evidência do crime absoluto da beleza. Reencontro uma dessas magnólias num livro de Luiza Neto Jorge (toma nota, J.), O Seu a Seu Tempo (cf. Poesia, Assírio & Alvim, Lisboa, 1993): "(...) A magnólia, / o som que se desenvolve nela / quando pronunciada, / é um exaltado aroma / perdido na tempestade, // um mínimo ente magnífico / desfolhando relâmpagos / sobre mim." Dizer, portanto, outra vez: Magnólia. E sentir o magma a irromper, a magna radiação na boca.
19.1.07
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2 comentários:
não tem nada a ver mas hoje comprei 20 albuns de BD no Jumbo. a 3 e 5 euros, tudo de capa dura e da ASA. Decálogo etc etc ...tens para aí 1/3 dos q comprei ... falei com o J, duas x ... abs
ainda tenho de lá ir outra vez pq havia centenas de albuns ...
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